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Memórias de Atafona são contadas por mulheres da região, em projeto de pesquisa

 

Carmélia Barreto tem 75 anos e concluiu seus estudos após os 50 anos de idade. Mesmo com um grave problema auditivo, conquistou o sonho de ser escritora e lançou o livro “A Ilha da Convivência e seu povoado”.

Entrevistas com ela e mais sete mulheres de Atafona fazem parte do projeto de Pesquisa & Preservação da Memória “Mulheres de Areia, Memórias de Atafona”. Aprovado na Lei Paulo Gustavo 2023 RJ, Diversidade em Diálogos.

“Ouvir mulheres que têm o poder da contação de histórias é especial ao projeto, pois ajuda a reconstruir memórias que nos transportam para lugares que não existem mais fisicamente”, analisa a jornalista e coordenadora de Produção Ana Luiza Cassalta, também coautora de dois livros.

Idealizado pela jornalista e pelo fotógrafo Flavio Veloso, o projeto cultural pode ser acompanhado pelo Instagram @memoriasdeatafona. E, em breve, contará com site próprio, com artigo jornalístico, fotografias e vídeos.

Fotos Flavio Veloso

Através de entrevistas com moradoras da região, a pergunta que norteia o projeto é “Qual é a relação de afeto com o território?”. Entende-se por afeto a capacidade da pessoa afetar, agir e influenciar o ambiente em que vive. Assim
como ser afetada e reagir diante dos sentimentos que ele causa nela.

Carmélia teve seu sonho de publicação realizado através da agente literária Izabel Gregório, empresária responsável pela Editora Gregório. Escritora, educadora, ambientalista e professora, Izabel é autora de diversos livros e uma
das principais responsáveis pela cena literária sanjoanense.

Além de Carmélia e Izabel, as mulheres destaque são:

– Camila Hissa, empresária cuja família já perdeu 4 restaurantes para o processo erosivo. Estão com a quinta unidade do restaurante em pleno funcionamento.

– Fernanda Pires, líder da Cooperativa Arte Peixe e Presidente do Conselho das Mulheres

– Joice Pedra, Bióloga, Engenheira Ambiental e Política em São João da Barra

– Lúcia de Jesus, artesã, dona de casa e integrante da Cooperativa Arte Peixe

– Odinéia Pereira, empresária que já teve Posto de Gasolina e Frigorífico engolidos pelo mar. Assim como casas dela e de seus familiares. Reconstruíram tudo

– Sônia Ferreira, moradora que resistiu por décadas em sua casa até a erosão chegar ao imóvel. Atuante na área cultural, social e religiosa do distrito.

 

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